Goma-laca
O Goma-Laca é uma espécie de centro de pesquisa dedicado a descobrir a música brasileira da primeira metade do século passado registrada em discos de goma laca de 78 RPM (goma laca em português).
Goma-laca é uma resina secretada pelo inseto Kerria lacca, encontrado nas florestas da Índia e Tailândia. Após a extração pequenas indústrias refinam o material bruto em diversos graus para diferentes propósitos.
As duas melhores variedades disponíveis no mercado são a goma-laca laranja, que nos chega em forma de flocos laranja-marrom finos e translúcidos e a goma-laca branca ou alvejada. Nesse sentido, tanto a goma-laca branca quanto a laranja são solúveis no álcool.[1]
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Em Ótimo Estar!
Como verniz, a goma laca seca rapidamente, formando uma película dura, forte e flexível, sendo útil para envernizar pisos e móveis. Se aplicada com pincel, a superfície apresenta um acabamento ligeiramente áspero.
Frequentemente, a indústria da música enverniza instrumentos musicais com a goma-laca, uma vez que lhes proporcionam uma sonoridade melhor do que se fosse finalizados com outro substituto sintético.
E, ainda, a goma-laca é usada com alguma frequência no reparo de canetas tinteiro, como adesivo de vedação do sistema de alimentação de tinta. Por fim, também foi utilizada na fabricação de discos de músicas, sendo substituída mais tarde pelo vinil.[2]
Desde 2009 os jornalistas Ronaldo Evangelista e Biancamaria Binazzi buscam um intercâmbio entre arquivos e abordagens, épocas e gerações, investigando contextos e contemporaneidades que realizam programas de rádio, reportagens, seleções musicais, discos e shows.
Eles começaram publicando no site próprio gravações encontradas em acervos públicos e privados incluindo os primeiros lançamentos de música afro-brasileira.
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Em Ótimo Estar!
Em 2011, o projeto Goma Laca Vol. 1 se concentrou em uma biblioteca criada em 1935 e desenvolveu em conjunto com o Centro Cultural de São Paulo uma parceria para um concerto e um programa de rádio sobre a história da música de matriz africana registrada em discos brasileiros.
Para o show ao vivo (ver os vídeos do Youtube no fim do post), o grupo instrumental Sambanzo, liderado por Thiago França e incluindo Kiko Dinucci, convidou Emicida, Juçara Marçal, Marcelo Pretto, Luisa Maita, Bruno Morais e Rodrigo Brandão para, dessa forma, recontextualizar a produção musical brasileira dos tempos do gramofone.
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Esse conceito foi além, e em fevereiro de 2014 Goma-Laca gravou o álbum “Afrobrasilidades em 78 rpm”. Só para exemplificar, este segundo disco apresenta reinvenções baseadas no Candomblé, Capoeira, Jongos, Coco-Rojão, Emboladas e Choros das décadas de 1920 a 1950.
A direção musical e arranjos do projeto estão a cargo de Letieres Leite. Contudo, desta vez, os vocalistas convidados são Karina Buhr, Lucas Santtana, Russo Passapusso e Juçara Marçal.
Junto com a banda, eles criaram uma sonoridade espiritual-jazzística com ritmos afro-baianos que, por conseguinte, resultaram em um novo jeito de fazer música brasileira da primeira metade do século XX.
Com a criatividade coletiva encontram novos significados entre as origens e a atualidade.
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E finalmente, mas não por menos, abaixo dois trechos de um show de Goma-Laca no Circo Voador no Rio de Janeiro em 2011.
Modificada pela última vez em 06/07/2023 17:08
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