Alabê KetuJazz e o candomblé: uma mistura entre o atabaque e o saxofone

Quem é Alabê Ketujazz?

Primeiramente, unindo a percussão do candomblé da nação Ketu com a liberdade estilística do jazz, Alabê KetuJazz é o retorno do gênero às suas raízes africanas. Portanto, parece com um encontro do aprendiz com seu mestre. 

A fim de fundar um grupo musical, o percussionista francês Antoine Olivier e o saxofonista e compositor brasileiro Glaucus Linx se juntaram e fundaram o quinteto. Glaucus já trabalhou juntamente com Carlinhos Brown, Elza Soares, Isaac Hayes, Salif Keita e muitos outros.

Em resumo, Alabê é um grupo musical que apresenta a percussão tradicional do Candomblé, instrumento tradicional da nação Ketu, num estilo jazz. Dessa maneira as músicas se tornam um diálogo entre percussão e saxofone, como no Candomblé dialoga o Rum (o atabaque que realiza a cerimônia) com o Orixá.

Primordialmente a música original brasileira nasceu do contato com a percussão e os ritmos africanos, transmitidos dos terreiros de samba e candomblé. Inegavelmente, a herança musical africana abrange muitas regiões do mundo e também gerou o blues, jazz, rumba e salsa.

Portanto, a riqueza da percussão africana é enorme e, por certo, esse conhecimento tradicional é passado de mestre para aprendiz em um espaço religioso. Assim, cada Sacerdote da Música no papel de Ogã possui um saber.

A documentação desses tesouros musicais é inegavelmente rara em um ambiente onde a cultura da tradição oral e os estudos musicais formais são incomuns. Muitos percussionistas famosos no Brasil e no mundo bebem dessas águas, mas a música original raramente transcende esses espaços de culto

O que é o Candomblé?

Primeiramente, o Candomblé é uma religião monoteísta, cujo culto aos orixás é normalmente realizado por meio de cantos, oferendas e danças. No Candomblé, tudo certamente gira em torno da existência da alma e da vida após a morte. O termo “Candomblé”, na verdade, significa “dança”, ou, primordialmente, “dança com atabaques”. Portanto, é daí que vem a direta origem de Alabê Katujazz.

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Diferenças entre o Candomblé e a Umbanda

História do Candomblé no Brasil em resumo

O Candomblé é a prática de uma crença africana trazida para o Brasil pelos escravos. Portanto, não é uma religião africana, mas uma religião afro-brasileira.

Assim, a história do candomblé se confunde com a do catolicismo. Em resumo, os escravos eram proibidos de continuar sua religião e usavam imagens de santos para escapar da censura imposta pela Igreja. Desta maneira, isso explica o sincretismo encontrado no Candomblé, Brasil, que não é visto na África.

No entanto, muitas casas de candomblé hoje não abraçam o sincretismo, mas buscam um retorno às origens africanas. Além disso, na versão brasileira, mistura-se orixás de diferentes partes do continente.

Isso porque os negros que desembarcaram como escravos vieram de toda a África. Cada Orixá representa uma força ou uma encarnação da natureza, e também um povo ou nação.

Sem dúvida, o candomblé como prática religiosa ganhou contornos claros na Bahia em meados do século XVIII e se definiu no século XX. Atualmente, existem milhões de praticantes em todo o Brasil, abrangendo mais de 1,5% da população do país.

Rituais do Candomblé e sua ligação com Alabê KetuJazz

As cerimônias de candomblé principalmente são realizadas com cantos, danças, batuques e sacrifícios de minerais, vegetais, objetos e alguns animais.

Os adeptos usam roupas específicas nas cores e guias de seus orixás e, assim, cada um tem seu dia, cor, itens específicos e alimentação para sua cerimônia.

Só para ilustrar, dependendo do tamanho da casa onde se cumprem as obrigações e se realizam as reuniões, uma cerimônia pode reunir dezenas a centenas de pessoas. Nessas ocasiões, muita atenção é dada à higiene e à alimentação, pois tudo deve ser purificado para ser digno de orixá.

Normalmente, as cerimônias do Candomblé são realizadas em casa, no jardim ou no quintal e podem ser matrilineares, patrilineares ou mistas. As festividades são assim comandadas pelo “pai ou Mãe de santo” ou “babalorixá” e “yalorixá” respectivamente.

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Deve-se notar que a sucessão desses líderes espirituais é precipuamente hereditária. No entanto, podem haver contendas na sucessão, o que, frequentemente, acaba levando ao fechamento do terreiro.

Por fim, vale lembrar que os adeptos no Candomblé levam sete anos para concluir a iniciação dentro dos preceitos estipulados.

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Orixás do Candomblé

Só para ilustrar, alguns dos Orixás cultuados no Candomblé

Em princípio, os Orixás são entidades que representam a energia e a força da natureza. Portanto, desempenham um papel fundamental no culto quando são incorporados pelos praticantes mais experientes.

Possuem personalidades, habilidades, preferências rituais e fenômenos naturais específicos e, assim, lhes conferem qualidades e forças distintas.

O Deus único do Candomblé pode variar de acordo com a região africana de origem. De fato, para os Ketu é Olorum, entre os Bantus é Nzambi e para os Jeje é Mawu.

Em seguida, destacamos que existem centenas de Orixás. Contudo, os mais cultuados no Brasil são:

Exu

Ogum

Oxóssi

Xangô

Iansã

Oxum

Obá

Logum

Nanã

Obaluaê

Ossaim

Oxumaré

Iemanjá

Oxalá

Ibeji/Erês

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Fontes: https://www.todamateria.com.br/candomble/